Disgrafia é a condição de escrita à mão prejudicada, ou seja, caligrafia deficiente. A caligrafia prejudicada pode interferir no aprendizado da grafia das palavras e na velocidade de escrita do texto. Crianças com disgrafia podem ter apenas caligrafia prejudicada, apenas ortografia prejudicada (sem problemas de leitura) ou caligrafia e ortografia prejudicadas.
Crianças com caligrafia prejudicada também podem ter Transtorno de Déficit de Atenção (TDAH) – desatento, hiperativo ou subtipos combinados de desatento e hiperativo. As crianças com esse tipo de disgrafia podem responder a uma combinação de instruções explícitas de caligrafia e medicação estimulante, mas são necessários um diagnóstico apropriado de TDAH por um profissional qualificado e o monitoramento da resposta tanto à instrução quanto à medicação.
A disgrafia pode ocorrer sozinha ou com dislexia (dificuldade de leitura prejudicada) ou com deficiência de aprendizagem da linguagem oral e escrita.
A disortografia é uma deficiência de escrita que se desenvolve nas crianças como uma dificuldade para escrever palavras corretamente e seguir as regras gramaticais. Eles têm dificuldades com sons e escrita. Esse distúrbio tende a afetar crianças que apresentam outros distúrbios ou atrasos de linguagem, como a dislexia.
A disortografia se desenvolve na infância e é necessário tratá-la o quanto antes para que não afete o desenvolvimento da criança. É importante consultar um especialista se os sintomas desse distúrbio forem percebidos para ajudar a criança.
Quais são os sintomas?
Afeta algumas pessoas mais do que outras, mas os sintomas mais comuns tendem a ser:
Confusão e uso indevido de artigos
Comete múltiplos erros de gramática ou pontuação nas frases
Dificuldade em soletrar
Emprega organização inadequada de parágrafos
Expressão escrita das ideias sem clareza
O especialista que diagnostica e trata esse distúrbio é o fonoaudiólogo.
Fontes:
Instituto ABCD
National Library of Medicine – National Center for Biotechnology Information
Aqui estão algumas estratégias para estabelecer uma sala de aula estruturada e de apoio que encoraje o aprendizado, reforce a disciplina e aumente a autoestima.
1. Estabeleça regras e rotinas para alunos com TDAH.
2. Reduza possíveis distrações. Assente sempre os alunos que têm problemas com o foco em um lugar de baixa distração na sala de aula.
3. Permita movimento. Permita que o aluno se mexa, preferivelmente criando razões para o movimento, por exemplo, projetando atividades em sala de aula que permitam e incentivem o movimento.
4. Estabeleça uma relação positiva com os alunos que têm TDAH. Crie um mural para postar os interesses, fotografias, ou trabalhos artísticos dos alunos.
5. Evite atividades longas, subdividindo-as em tarefas menores. Intercale atividades difíceis com atividades mais interessantes.
6. Destaque palavras-chaves fazendo uso de cores, sublinhado ou negrito. Estimule o aluno a destacar e sublinhar as informações importantes contidas nos textos e enunciados.
7. Tente métodos alternativos de avaliação, como testes orais, dando tempo para que a criança processe e responda a questão.
Os sintomas do TDAH podem assemelhar-se a outras condições médicas ou problemas de comportamento. Tenha em mente que muitos desses sintomas podem ocorrer em crianças e adolescentes. O diagnóstico de TDAH requer uma avaliação abrangente por um pediatra, psicólogo ou psiquiatra com experiência em TDAH.
Para uma pessoa receber um diagnóstico de TDAH, os sintomas de desatenção e / ou hiperatividade-impulsividade devem ser crônicos ou de longa duração, e prejudicar o desenvolvimento normal para sua idade.
A maioria das crianças com TDAH recebe um diagnóstico durante o ensino fundamental. Para um adolescente ou adulto receber um diagnóstico de TDAH, os sintomas precisam estar presentes antes dos 12 anos de idade.
Os sintomas de TDAH podem ser confundidos com problemas emocionais ou disciplinares, ou podem ser completamente ignorados em crianças calmas e bem comportadas, levando a um atraso no diagnóstico.
Adultos com TDAH não diagnosticada podem ter um histórico de desempenho acadêmico ruim, problemas no trabalho ou relacionamentos difíceis ou fracassados.
As três categorias de sintomas do TDAH incluem o seguinte:
Desatenção
Curto período de atenção para a idade (dificuldade em manter a atenção); dificuldade em ouvir os outros; dificuldade em prestar atenção aos detalhes; facilmente distraído; esquecimento; habilidades organizacionais deficientes para a idade; habilidades de estudo pobres para a idade.
Impulsividade
Interrompe os outros frequentemente; tem dificuldade em esperar a sua vez na escola e / ou nos jogos sociais; tende a responder abruptamente em vez de esperar para ser chamado; assume riscos frequentes, agindo sem pensar.
Hiperatividade
Parece estar em constante movimento; corre ou escala, às vezes sem objetivo aparente, a não ser se movimentar; tem dificuldade em permanecer no seu lugar quando é esperado que a criança fique sentada; agita com as mãos quando está no seu lugar; agita-se excessivamente; fala excessivamente; tem dificuldade em participar de atividades silenciosas; perde ou esquece as coisas repetidamente; Incapacidade de permanecer na tarefa; muda de uma tarefa para outra sem concluir nenhuma delas.
Os sintomas de TDAH podem ser confundidos com problemas emocionais ou disciplinares, ou podem ser completamente ignorados em crianças calmas e bem comportadas, levando a um atraso no diagnóstico.
O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. É caracterizado por desatenção, impulsividade e, em alguns casos, hiperatividade.
É normal ter alguma desatenção, atividade motora sem foco e impulsividade, mas para pessoas com TDAH, esses comportamentos são mais graves, ocorrem mais frequentemente, interferem ou reduzem a qualidade de como elas funcionam socialmente, na escola ou no trabalho.
Os sintomas do TDAH podem mudar com o tempo à medida que a pessoa envelhece.
Em crianças pequenas com TDAH, a hiperatividade-impulsividade é o sintoma mais predominante.
Quando uma criança atinge o ensino fundamental, o sintoma de desatenção pode se tornar mais proeminente e levar a criança a ter problemas acadêmicos.
Na adolescência, a hiperatividade parece diminuir e pode aparecer mais frequentemente como sentimentos de inquietação ou impaciência, mas a desatenção e a impulsividade podem permanecer. Muitos adolescentes com TDAH também lutam com relacionamentos e comportamentos antissociais.
Na idade adulta permanece a desatenção, inquietação e impulsividade.
O transtorno de ansiedade generalizada é um tipo de ansiedade que pode causar extrema preocupação em crianças e adolescentes com muitas coisas diferentes. Crianças com transtorno de ansiedade generalizada estão constantemente preocupadas com uma variedade de coisas cotidianas, como ir bem na escola ou nos esportes.
Devido às suas preocupações, a criança com transtorno de ansiedade generalizada tem dificuldade em prestar atenção e pode ficar inquieta e irritável.
Sintomas do transtorno de ansiedade generalizada
As crianças com transtorno de ansiedade generalizada experimentam uma preocupação excessiva e incontrolável com uma série de eventos ou atividades. Elas se sentem ansiosas em vários ambientes e muitas vezes são incapazes de “deixar suas preocupações de lado”, não importa o quanto tentem.
Exemplos de preocupações comuns experimentadas por crianças com transtorno de ansiedade generalizada incluem:
Eventos futuros (“O que vai acontecer comigo quando mamãe e papai morrerem?”)
Comportamentos e incidentes passados (“Ainda me sinto mal quando me lembro de tropeçar na frente de toda a classe no ano passado e como todos riram de mim”)
Aceitação social (“E se meus amigos estiverem apenas fingindo gostar de mim?”)
Assuntos de família (“Agora que os pais de Kathy estão se divorciando, e se os meus pais também se divorciarem?”)
Habilidades pessoais (“Por que, na aula de ginástica, não consigo saltar por cima da caixa como todo mundo?”)
Deficiências pessoais percebidas (“Eu sou tão burro”)
Desempenho escolar (“Estou me sentindo meio confuso na aula de matemática neste semestre. E se eu falhar?”)
Outros sintomas do transtorno de ansiedade generalizada:
Inquietação ou sensação de tensão ou no limite
Apreensão
Fadiga, especialmente no final do dia escolar
Irritabilidade
Problemas para dormir
Dificuldade de concentração ou a sensação de que sua mente “fica em branco”
Dificuldade em lidar com a incerteza ou indecisão
Esperando o pior, mesmo quando não há motivo aparente para preocupação.
A pandemia da COVID-19 trouxe consigo perturbações abruptas e abrangentes que aumentaram a ansiedade em quase todas as crianças. Essas alterações incluem o fechamento de escolas, isolamento social (família alargada, amigos, professores, grupos culturais e congregações religiosas), a necessidade de viver em espaços restritos com membros da família durante semanas a meses, pais que perderam o emprego e incerteza sobre o futuro.
Diagnóstico
O diagnóstico do transtorno de ansiedade generalizada toma por base os sintomas a seguir: preocupações excessivas que não dão enfoque a uma atividade ou situação específica ou que incluem muitas atividades e situações.
O transtorno de ansiedade generalizada é diagnosticado quando os sintomas duram seis meses ou mais.
Tratamento
O transtorno de ansiedade generalizada geralmente é tratado com terapia ou uma combinação de terapia e medicação. Os pais e outros membros da família são uma parte importante do tratamento, pois podem ajudar as crianças a praticar as habilidades que aprendem na terapia.
A terapia mais comum para o transtorno de ansiedade generalizada é um tipo de terapia cognitivo-comportamental (TCC) chamada terapia de exposição.
Referências
1. Boston Children’s Hospital – Department of Psychiatry and Behavioral Sciences
2. Josephine Elia.Transtorno de ansiedade generalizada em crianças. Manual MSD, versão Saúde para a Família, 2021.
3. Quick Guide to Generalized Anxiety Disorder – Child Mind Institute
O mutismo seletivo é um transtorno de ansiedade caracterizado pela incapacidade de uma pessoa de falar em determinados ambientes sociais, como na escola, no trabalho ou na comunidade. Pessoas com SM normalmente são capazes de falar confortavelmente e se comunicar bem em outros ambientes, como em casa com a família.
Apesar de as crianças com Mutismo Seletivo terem capacidades de linguagem satisfatórias, não iniciam o discurso ou não respondem quando outras pessoas falam com elas.
Traços comportamentais
Timidez excessiva em ambientes sociais não familiares,
Preocupações com evitamento social,
Medo do embaraço em situações sociais,
Isolamento e retraimento sociais,
Baixa autoestima,
Negativismo,
Traços compulsivos,
Birras ou comportamentos de oposição ligeiros.
O Mutismo Seletivo é um problema que envolve principalmente crianças em idade escolar, comprometendo os seus desempenhos no contexto escolar e a comunicação em contexto social.
As crianças com Mutismo Seletivo recusam frequentemente falar na escola, o que interfere negativamente no seu rendimento académico, uma vez que os professores têm dificuldade em avaliar as suas capacidades (ex. de leitura).
Além disso, com frequência, não conseguem comunicar aos professores as suas necessidades escolares e pessoais (ex. quando não compreendem um trabalho escolar, não pedir para usar o banheiro).
Sinais e Sintomas de Mutismo Seletivo
Para além da recusa em falar em determinadas situações sociais, as crianças com Mutismo Seletivo:
• Apresentam dificuldade em manter contato visual. • Ausência de sorriso perante pessoas desconhecidas ou permanecem com expressões vazias. • Movimentam-se de forma rígida. • Dificuldade em concretizar interações sociais (ex. saudações, despedidas ou agradecimentos). • Sensibilidade ao ruído e a locais com muitas pessoas. • Apresentam dificuldade em falar sobre si ou em expressar sentimentos.
Como posso ajudar o meu filho/a com Mutismo Seletivo?
Algumas estratégias que os pais de crianças com Mutismo Seletivo poderão implementar:
• Não forçar a criança a falar. • Elaborar formas alternativas de comunicação através de símbolos, gestos ou escrita. • Evitar que a criança seja o centro das atenções. • Identificar a compatibilidade com algum amigo para jogar e brincar com a criança dentro e fora de casa. • Favorecer a prática de atividades desportivas que permitam a interação social e o aliviar de algumas tensões. • Responsabilizar a criança por pequenas rotinas domésticas que estimulem competências de autonomia e de interação verbal e não-verbal (ir à padaria, por exemplo). • Reforçar a criança sempre que houver um aumento no seu comportamento verbal, não esquecendo que o tipo de reforço deve ser direcionado às preferências da criança (elogios, abraços, passeios, etc.).
Como posso ajudar o meu aluno/a com Mutismo Seletivo?
Os professores devem desenvolver um conjunto de estratégias ajustadas às necessidades de cada criança com Mutismo Seletivo.
• Permitir que a criança se comunique não-verbalmente, e gradualmente ir solicitando um aumento da comunicação oral. • Reforçar positivamente todas as interações sociais, orais ou não, com reforços que sejam significativos para a criança. • Pedir a colaboração dos colegas para que ajudem a criança com Mutismo Seletivo a sentir-se feliz e aceita no grupo, evitando situações de insulto, intimidação ou chacota à criança. • Responsabilizar a criança por pequenas tarefas que promovam competências de autonomia e de organização e gestão de sala-de-aula (ex. distribuir materiais, recolher trabalhos de casa) • Não tornar a criança o centro das atenções, visto que tal aumenta a sua ansiedade. • Criar atividades que impliquem o contato físico. • Dispor a sala em grupos e desenvolver atividades em pequenos grupos. • Desenvolver atividades e jogos de preparação da fala, que inicialmente não requeiram uma interação verbal (produção de sons corporais através da boca, das mãos e dos pés). • Desenvolver atividades e jogos de movimento e comunicação (mímica, imitação, adivinhas).
O diagnóstico precoce é sempre o mais aconselhável, devendo ser realizado por uma equipe multidisciplinar que permitirá elaborar o perfil da criança e implementar processos de modificação comportamental.
Referências
1. Dr. Sérgio Filipe Pereira – Psicólogo, Terapeuta da Fala e Terapeuta Ocupacional Psicólogo na Clínica do Instituto de Apoio e Desenvolvimento – ITAD, em Lisboa, Portugal.
O transtorno de ansiedade social envolve um medo persistente de ser constrangido, ridicularizado ou humilhado em situações sociais.
Fatos
O transtorno de ansiedade social geralmente começa no início da adolescência, embora possa começar mais cedo durante os anos do ensino fundamental.
O transtorno de ansiedade social pode se desenvolver repentinamente após uma experiência estressante ou embaraçosa, ou lentamente ao longo do tempo.
Existem algumas evidências de que a ansiedade social ocorre nas famílias, portanto, pode haver outros membros que compartilhem dificuldades semelhantes às de seu filho.
Um número igual de meninas e meninos experimenta ansiedade social.
Alguns dos problemas associados ao transtorno de ansiedade social incluem baixo desempenho escolar, baixa confiança em situações sociais, problemas para desenvolver e manter amizades, depressão e uso de álcool ou drogas.
Sinais
O transtorno de ansiedade social costuma ser notado diante dos seguintes sinais:
Pensamentos (Nota: crianças muito pequenas podem ser incapazes de identificar pensamentos de medos específicos):
Vou falar uma coisa idiota
Eles não vão gostar de mim
Eu sou um bobo
As pessoas podem dizer que estou ansioso
Sensações físicas:
Dor de estômago
Rubor
Sudorese
Tremores
Tensão muscular
Irritabilidade
Sentir-se separado do corpo (desrealização)
Comportamentos:
Recusa escolar
Evitar participar de novas atividades ou ir a lugares
Pedir a um dos pais para estar presente ou disponível
Recusar convites para eventos sociais
Não responder perguntas na aula
Chorar ou fazer birra
Recusar-se a ir a um encontro sem um dos pais
Resmungar ou evitar contato visual
Ficar em casa nos fins de semana em vez de sair com os amigos
Mesmo que as crianças se envolvam com sucesso nas atividades e demandas acima, não é sem confusão ou briga, muitas vezes terminando com a criança em lágrimas e os pais se sentindo chateados, culpados e até com raiva.
Emoções:
Ansiedade/preocupação/medo
Embaraço
Vergonha
Desamparo
Tristeza
Raiva
Situações comuns ou áreas afetadas
Falar ou atuar em público (por exemplo, apresentar um relatório de livro na frente da classe ou um recital)
Participar da aula (por exemplo, fazer ou responder perguntas, ler em voz alta, escrever no quadro)
Comer na frente dos outros
Usar banheiros públicos
Participar ou conversar com colegas ou amigos
E-mail, mensagens de texto, chamadas
Ir a eventos sociais (por exemplo, festas de aniversário ou bailes)
Falar com adultos (por exemplo, professores)
Namoro
Ser assertivo ou expressar opiniões
Pedir comida em um restaurante
Diagnóstico
O diagnóstico do transtorno de ansiedade social toma por base os sintomas.
Para que o transtorno possa ser diagnosticado, os sintomas devem durar seis meses ou mais. Além disso, as crianças devem se sentir ansiosas em todas as situações similares – por exemplo, antes de todas as apresentações em sala de aula, não apenas para certas matérias ou professores – e elas devem se sentir ansiosas quando estão interagindo com outras crianças, não apenas com adultos.
Tratamento
A terapia comportamental é usada com mais frequência.
Referências
Anxiety Canada – a non-profit mental health organization, Vancouver, Ca
Guide to Anxiety in Children – Child Mind Institute
Josephine Elia.Transtornos de ansiedade social em crianças e adolescentes (Fobia Social). Manual MSD, versão Saúde para a Família, 2021.